Adoçante
natural é 1.400 vezes mais ''forte'' que o
açúcar
Brasília, (Agência
Brasil - ABr) - Um adoçante natural está em desenvolvimento
nos laboratórios do Instituto de Química (IQ) da Universidade
de Campinas (Unicamp).
Segundo pesquisadores envolvidos nas
investigações, o produto tem um poder dulcífero 1.400 vezes
maior que o do açúcar vendido no mercado. A base do novo
adoçante é a monatina, um aminoácido extraído de raízes da
Schlerochiton illicifolius, planta encontrada na África
do Sul.
"A mistura da monatina com outros
adoçantes, como o aspartame, por exemplo, resulta numa
variedade de sabores que aumenta ainda mais a sua importância
comercial", diz o professor Fernando Coelho, do IQ.
Ele conclui explicando que quando se trabalha
com esse tipo de composto, os adoçantes têm um mercado
nacional e internacional com aceitação
garantida.
Segundo Ediclea Cristina Fregonese
Camargo, que tem trabalho sobre a substância, o que a levou a
estudar a monatina "foi a tentativa de descobrir qual a parte
dela é responsável pelo peculiar sabor doce".
Ela buscava elementos para um novo tipo de
adoçante. Segundo a pesquisadora, da estrutura da monatina
pode-se obter outros tipos de adoçante. Embora ainda não
esteja totalmente concluído, o trabalho de Ediclea pode ser
aplicado para o tratamento de uma série de doenças, como
prevê.
"Pude observar que durante a
preparação da monatina existiam estruturas intermediárias que
poderiam ser aplicadas no sistema nervoso central,
principalmente no combate a doenças neuro-degenerativas, como
o Mal de Parkinson, por exemplo", diz.
Para Fernando Coelho, os adoçantes artificiais
são produtos largamente consumidos no país, que se destinam
não apenas à preparação de alimentos, mas também como
coadjuvantes no tratamento de doenças, como o diabetes, e em
regimes de emagrecimento.
Ele argumenta que há uma busca internacional
muito grande por substâncias que podem ou não ser de origem
natural, que tenham, sobretudo, potencial
dulcífero.
"Quando se coloca uma substância
química para dar sabor ao café, preciso de um elemento com
características que proporcionem um sabor realmente doce em
baixíssima concentração e, ao mesmo tempo, que seja
completamente livre de elementos tóxicos", diz Coelho.
Essa toxidade, segundo ele, pode provocar
problemas sérios de saúde ao consumidor. Pega-se como exemplo
uma pessoa que usa determinado adoçante todos os dias, em
várias ocasiões, mesmo que em pequenas proporções. "Se o
adoçante contém elementos tóxicos, a pessoa que o consome pode
até envenenar-se e ter sérios problemas de saúde",
ressalta.
Ediclea e Coelho afirmam que os resultados
experimentais da preparação das substâncias que podem ser
utilizadas como adoçantes até o momento têm sido muito
positivas.
Os resultados até agora obtidos pela
pesquisadora fazem parte da dissertação de seu mestrado, ainda
em desenvolvimento, sobre Preparação de aminoácidos não
proteinogênicos, estruturalmente relacionados ao adoçante
natural monatina, sob a orientação do professor Coelho.
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